A pandemia de COVID-19 teve um início muito rápido, pegando a todos de surpresa, principalmente a área da saúde, pública e privada, e posteriormente o segmento industrial e comercial. A China, primeiro país assolado pelo vírus, tomou medidas restritivas rigorosas desde o início.
A dependência mundial, direta e indireta, em cima da China para aquisição de insumos e matérias primas logo veio à tona quando as fábricas foram fechadas e os envios suspensos.
Itens de uso comum, como materiais de limpeza, logo foram ficando escassos nas prateleiras dos comércios, a procura por álcool em gel, luvas e máscaras aumentou em 50%. A preocupação para se proteger do vírus no começo da pandemia foi tamanha que as indústrias não conseguiram suprir a alta demanda de tais itens, que se esgotavam em poucos dias depois de sua reposição.
Infelizmente, tamanha procura gerou um aumento gradativo nos preços, muitas das vezes sendo um valor abusivo – segundo site JáCotei, o frasco de álcool em gel chegou a ter uma alta de 161%, aumento também refletido nos hospitais, a Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp) relatou uma alta de 569% nos valores das máscaras cirúrgicas.
Em 19 de março de 2020, a Associação Médica Brasileira (AMB) divulgou a falta de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) essenciais para combater o coronavírus em mais de 520 municípios.
De acordo com o artigo publicado pela Agência Brasil em 30 de março de 2020, mais de 75% dos estabelecimentos que levaram denúncias de falta de EPIs a AMB relataram a falta de pelo menos três equipamentos de segurança, enquanto que 30% denunciaram a falta de todos.
No setor industrial, principalmente na construção civil e móveis, a falta de matéria prima se reflete na quantidade e qualidade da produção, também sendo responsável pelo reajuste de 170% dos valores, como aponta reportagem do UOL.
Na mesma reportagem publicada em 7 de abril de 2021, a escassez de diversas matérias primas como aço, resina de plástico, vidro, painéis de madeira, embalagens e papelão paralisaram indústrias . “Quando a economia voltou a andar, também em alguns momentos, as encomendas foram maiores que os estoques que existiam.”, finaliza o parágrafo.
A alta do dólar também é de grande influência para o não abastecimento total dos estoques.
“O problema da falta de matérias-primas vem se dissipando desde o último trimestre de 2020. A gente começa a ver essa redução da escassez, mas não com relação ao preço. E o preço não vai voltar ao patamar pré-crise, porque o mundo mudou.”, falou André Rebelo, diretor de Economia e Estratégia da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) para o UOL.