Entre os dias 1º e 25 do mês de março de 2020, o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV) realizou uma pesquisa com 3.363 empresas em que 43% já se sentiam afetadas pela pandemia. No segmento industrial, o instituto contabilizou as indústrias de petróleo e biocombustíveis (83,1%) e química (61,4%) como as mais afetadas.
Em relatório apresentado pela CNI (Confederação Nacional da Indústria), em maio de 2020, foi demonstrado que, 7 a cada 10, indústrias apresentaram queda no faturamento com uma das principais consequências da pandemia do COVID-19, a inadimplência (45%) e o cancelamento de pedidos (44%) também foram apontados pelos entrevistados.
Também houve uma grande queda da produção, em que, 76% das 1.740 empresas entrevistadas entre 1º e 14 de abril, reduziram ou paralisaram a produção por falta de insumos, matérias primas e embalagens. 59% empresário informaram que estão com dificuldade para cumprir o pagamento, 55% estão com dificuldade de capital de giro e somente 15% tiveram de ocorrer a demissão de seus funcionários.
Até abril de 2020, 91% das empresas relataram impactos negativos, sendo os principais setores a possuírem queda intensa: vestuário (82%), calçado (79%), móveis (76%), impressão e reprodução (65%) e têxteis (60%) – a indústria da transformação foi uma das mais afetadas, com 71% em comparação a 67% da indústria de construção e 51% da indústria extrativa.
Em setembro de 2020, a Secretaria Especial de Produtividade, Emprego e Produtividade do Ministério da Economia (Sepec/ME), divulgou a lista dos setores mais afetados pela pandemia de COVID-19.
1. Atividades artísticas, criativas e de espetáculos;
2. Transporte aéreo;
3. Transporte ferroviário e metroferroviário de passageiros;
4. Transporte interestadual e intermunicipal de passageiros;
5. Transporte público urbano;
6. Serviços de alojamento;
7. Serviços de alimentação;
8. Fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias;
9. Fabricação de calçados e de artefatos de couro;
10. Comércio de veículos, peças e motocicletas.
Retomada da Economia
Na terceira edição da pesquisa “Os brasileiros, a pandemia e o consumo” realizada pela CNI demonstrou que, das 2.010 pessoas entrevistadas, 71% acreditam que a economia demore pelo menos um ano para começar a se recuperar, tendo em vista o ritmo lento das vacinações e o aumento dos casos.
Em análise dos dados coletados através da entrevista por telefone, foi constatado que 46% dos participantes tiveram sua renda diminuída ou perdida durante este período.
“Só a imunização em massa da população contra a doença recolocará o Brasil no caminho da retomada da economia, do dinamismo do mercado consumidor e na rota dos investimentos. Mais importante, a rápida execução do Plano Nacional de Imunização – respeitando a ordem dos grupos prioritários – permitirá que a população brasileira possa, enfim, contar com a proteção contra essa doença que tem trazido enorme custo humano para o país e o mundo”, afirma Robson Braga de Andrade, presidente da CNI.